Techfin e fintech: palavras diferentes que apenas invertem a ordem de suas sílabas; A diferença entre elas, porém, vai muito além disso
Em um de nossos últimos artigos, apresentamos o conceito e as vantagens oferecidas por uma techfin. Para muitas pessoas, porém, há uma confusão com as fintechs, mesmo entre pessoas acostumadas com o universo da tecnologia e finanças.
É justamente este o tema deste artigo, no qual vamos apresentar as diferenças entre os dois tipos de empresas inovadoras, que apenas invertem a ordem de suas sílabas.
Como mencionamos anteriormente, a techfin é um tipo de organização que oferece soluções integradas ao sistema de gestão de uma empresa. Geralmente, elas têm expertise na área de tecnologia e dados, se integrando e oferecendo apoio em outras áreas, como a financeira.
As empresas inovadoras que atuam especificamente no mercado financeiro são conhecidas como fintechs.
Elas atuam em questões relacionadas à experiência dos clientes com o serviço bancário ou de cooperativismo, como com contas digitais, meios de pagamento, novidades no Pix, entre outras possibilidades.
Para simplificar o entendimento: enquanto uma fintech visa incrementar a tecnologia e experiência do sistema financeiro, a techfin quer transformar esse segmento por meio da tecnologia. Não à toa, as techfins atuam com dados e inovações, com inúmeros propósitos, seja a ampliação ou simplificação do acesso de clientes a produtos financeiros, assim como automatização de análises, entre outros pontos.
Outra diferença determinante entre as duas corporações: uma techfin se preocupa em inserir os seus serviços dentro das plataformas tecnológicas das instituições financeiras, enquanto a fintech visa oferecer serviços financeiros, sem necessariamente se integrar a outras empresas.
O tripé de uma techfin
Há três pontos principais nos quais uma techfin está envolvida: tecnologia, análise de dados e facilidade para clientes. Não à toa, diversas empresas que estão incorporadas em nosso dia a dia podem ser consideradas como techfins, caso de Google, Facebook, Apple, Baidu, Alibaba, entre outras, para citar apenas as mais conhecidas.
As gigantes mencionadas anteriormente são capazes de oferecer soluções que se integram às plataformas de gestão de outras corporações, ofertando vantagens em diversos setores. Na sequência, em um movimento natural, passam a atuar também no setor financeiro, já que estão envolvidas com dados e na relação com os clientes, visando incrementar a experiência e a performance.
Embora o setor financeiro seja muito mencionado, uma techfin pode ter atuação paralela em outros segmentos, caso de comércio, educação e saúde, já que as suas soluções geram benefícios de diversas maneiras, inclusive de forma automatizada, com o uso de algoritmos, machine learning e outras tecnologias.
A revolução das techfins
Boa parte das empresas foi obrigada a passar por uma revolução digital em razão da pandemia. A transformação fez com que muitas corporações adotassem o home office ou trabalho híbrido e encontrassem soluções para garantir a manutenção de sua produtividade em um contexto que, em um primeiro momento, se tornou desafiador.
Diferentes soluções se integraram ao dia a dia dos negócios para que sejam encontrados caminhos para a continuidade do trabalho. Diante desse contexto, uma techfin se tornaria uma espécie de parceira das organizações, oferecendo serviços e soluções que possam ser integradas à sua plataforma de gestão – como, por exemplo, a melhor maneira de lidar com a LGPD ou com novas cobranças tributárias.
Portanto, a empresa pode agregar novos serviços – seja para o cliente final ou mesmo internamente –, mantendo a autonomia e o conhecimento de todos os dados em seu sistema. Dessa forma, a área de Business Intelligence e seus analistas são capazes de fazer previsões baseadas em informações reais para otimizar a tomada de decisões.
O setor financeiro se destacou na ótica das techfins por uma razão muito clara: passou por uma rápida transformação, com a entrada de players distintos e novas demandas por parte dos clientes, que exigiram a busca de soluções – muitas delas oferecidas por esse tipo de empresa.
E há muito mais por vir, com o avanço das bitcoins, do blockchain, do sistema Pix (no Brasil), entre outros caminhos viáveis. O papel de uma techfin segue sendo o de desenvolver serviços novos, que podem ou não ser disruptivos, servindo como uma estrutura de apoio para as corporações, em especial na relação com os clientes.