Na mesma proporção em que aumentou o uso dos serviços em nuvem, houve crescimento dos ataques hackers de sequestro de informações corporativas; saiba como se proteger
No ano passado, o uso de serviços em nuvem (cloud computing) teve crescimento global, especialmente pela transformação digital causada pela pandemia de Covid-19. A estimativa era de que o mercado de nuvem pública cresceria 6,3% em 2020, segundo a consultoria Gartner. No total, os gastos no segmento atingiriam US$257,9 milhões frente aos US$242,7 bilhões registrados em 2019.
Para muitas empresas, a adoção de soluções em nuvem foi a forma encontrada para suprir as demandas corporativas, sobretudo em momentos de isolamento social, quando muitos colaboradores atuaram de suas residências. Ao mesmo tempo, em 2020, os ataques de ransomware – espécie de sequestro de informações corporativas – renderam a hackers US$ 350 milhões, um aumento de 311% na comparação ao ano anterior. As informações são da Chainalysis.
Nesse tipo de ataque, os hackers obtêm dados empresariais, os criptografam e pedem pagamento em bitcoins, cujo rastreio é mais complexo. No período em que as empresas transferiam mais informações para a nuvem, houve aumento da ação dos hackers. Não é uma coincidência, mas, com ações voltadas à segurança de dados, é possível mitigar esses riscos e garantir a tranquilidade do seu negócio.
Na era digital, boa parte das empresas depende de segurança da informação, com os dados circulando livremente dentro dos sistemas ERP, o que favorece a tomada de decisões empresariais de forma objetiva e segura. Um dos caminhos é realizar o backup seguro e periódico de dados importantes, caso de notas fiscais transacionais.
Segurança de dados
Mesmo que haja a possibilidade de acessar informações de forma remota, isso não significa que os dados precisam estar desprotegidos. Possíveis problemas na segurança da informação podem impactar em diversas frentes do negócio:
– Prejuízos: no caso do roubo de dados, os prejuízos vão além do pagamento do resgate, já que indicam serviços comprometidos que exigem investimentos urgentes na proteção das informações.
– Concorrência: dados sensíveis, cruciais e estratégicos do seu negócio podem ser vazados e chegar a concorrentes.
– Credibilidade: se a situação vazar ou se tornar conhecida, há perda de confiança na prestação de serviços.
– Privacidade: possibilidade de descumprir acordos de ética no contrato de sigilo com os clientes.
Como se proteger
Algumas medidas podem ser tomadas para garantir a segurança das informações:
– Controle de acesso, determinando o limite de abertura para cada colaborador, de acordo com o seu departamento ou cargo hierárquico.
– Hospedagem híbrida, que mescle servidores em nuvem e dedicados para a companhia, protegendo as informações.
– Antivírus, firewalls e outras medidas de proteção digital.
– Serviço de backup, com armazenamento de cópias de segurança de dados, realizadas periodicamente. Com elas, evita-se a necessidade de pagar o resgate de informações cruciais roubadas por hackers, por exemplo, ou mesmo em outros tipos de incidentes.
LGPD
Em agosto de 2020, entrou em vigor a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), que visa proteger os dados de brasileiros em seu compartilhamento de forma digital. Tornou-se obrigatório para as empresas informarem como essas informações são tratadas e pedir consentimento para o seu uso, além de assumirem responsabilidade em caso de vazamentos.
A legislação também estabelece advertências e multas, que podem até mesmo chegar a 2% do faturamento da empresa no ano anterior. Na hora de contratar um serviço, busque mais informações sobre a responsabilidade da companhia.