Há diversas variáveis que precisam ser analisadas na hora de definir o valor final, o que pode inclusive auxiliar na fidelização de consumidores
O frete é uma equação complexa para as empresas que operam no segmento logístico. É preciso encontrar o equilíbrio entre reduzir os custos e garantir uma oferta de serviços adequada aos clientes. No e-commerce, o frete é também um fator decisivo na motivação de compra, especialmente em negócios com produtos de menor valor.
No Brasil, esta preocupação é ainda maior por se tratar de um país de dimensões continentais, o que torna esse planejamento ainda mais complexo e com impacto direto na economia. Em muitos casos, é preciso estruturar o estoque de produtos em diferentes centros de distribuição para garantir uma inteligência e a entrega dentro dos prazos estipulados.
Para as companhias do setor logístico, há a convicção de que a logística não é somente uma despesa, mas um setor estratégico, pois pode gerar fidelização do cliente e redução de custos. Para isso, porém, é preciso entender como é definido o valor de frete no e-commerce, uma atividade que exige muito conhecimento de mercado, infraestrutura e custos envolvidos na cadeia de suprimentos.
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O que interfere no valor de frete
Há um ditado do mundo dos investimentos e negócios: “Não existe almoço grátis”. Na logística, a lógica é semelhante: os produtos com “frete grátis” têm o seu custo já embutido no valor final, mas criam um benefício para o consumidor. Por isso, para ter sucesso nessa estratégia, é preciso compreender as taxas do valor do frete e reduzir os problemas mais recorrentes.
Veja algumas das formas comuns de se chegar ao valor do frete:
Frete KM
Baseia-se na distância entre a origem e o destino final da mercadoria. Seu valor varia entre valores fixos ou multiplicador de quilômetros.
Frete Peso
É estipulado conforme o valor bruto (produto + embalagem). Geralmente é dividido em faixas ou em multiplicador de peso.
Cubagem
É aplicada para mercadorias leves, mas volumosas. Um caminhão pode transportar 12 mil kg, mas alguns produtos ocupam o espaço com menos de 500 kg. Para equalizar este problema, os transportadores transformam volume em peso (o chamado peso cubado) por meio de uma regra de 3, sendo que 1 m³ equivale a 300 kg.
Frete Valor (Ad-Valorem)
O frete valor ou ad valorem é cobrado para cobrir os custos de seguro da carga, acidentes e avarias. É um percentual calculado sobre o valor da mercadoria, podendo cobrir seguro obrigatório, mão de obra especializada em segurança, materiais de proteção e a sua gestão. Mesmo que o embarcador tenha seguro próprio, o frete valor é adicionado para prever riscos que não são cobertos pelo seguro. Para calcular, basta multiplicar o valor total da mercadoria pelo percentual da taxa de ad valorem.
Gris
O Gris é a taxa de gerenciamento de riscos que é cobrada para cobrir os custos de monitoramento de veículos e outras medidas para combater roubos de carga, especialmente em produtos de alto valor agregado ou com alto índice de roubos (eletrônicos, cigarros ou pneus). Seu cálculo segue a lógica do ad valorem.
Pedágio
O pagamento do pedágio é obrigatório e de responsabilidade do embarcador, que deve fornecer o vale pedágio para a transportadora (ou transportador autônomo), conforme explicamos neste artigo. Nesse sentido, a rota deve ser definida antes do transporte propriamente dito. Para carga fracionada, o pedágio deve ser proporcional ao peso da carga em relação ao total transportado. Os transportadores costumam cobrar um valor fixo a cada 100 kg ou por fração.
Outras Taxas
Além desses meios de cobrança, o valor do frete deve incluir outras questões que interferem em seu custo final. Em muitos casos, envolvem também questões relacionadas ao compliance. Saiba mais:
Despacho
A taxa de despacho inclui cada emissão de CT-e e cobre custos administrativos com a documentação de transporte.
SEC/CAT
É cobrada quando há necessidade de coletar a mercadoria na origem. Geralmente, seu valor é fixo.
Devolução
Ocorre quando o destinatário não aceitou a mercadoria, e o transportador é obrigado a retornar com a mercadoria ao ponto de origem. Esta taxa cobre custos de transporte de volta – em geral, tem o mesmo custo, incluindo o ICMS.
Reentrega
Acontece quando a entrega não foi finalizada, com responsabilidade pelo destinatário ou remetente. Dessa forma, o transportador precisa retornar em outro momento. Geralmente, o valor cobrado é de 50% sobre o frete original, mas depende de uma negociação.
TAS (Taxa de Administração Suframa)
Essa taxa cobre os gastos do transportador com os custos gerados pelos procedimentos adotados pela Secretaria da Fazenda. É fixo por CT-e emitido, bancado pelo pagador do frete.
TDE (Taxa de Dificuldade na Entrega)
A TDE é cobrada quando a entrega foi dificultada, independentemente do motivo.
TRT (Taxa de Restrição de Trânsito)
Cobre custos adicionais, se houver restrição para a circulação de veículos de transporte de cargas no município de entrega.
Taxa de Dificuldade de Acesso (TDA)
Quando as condições do local de entrega dificultam sua realização (estradas de terra, ruas estreitas, subidas íngremes, escadarias, içamento, entre outros), este valor é adicionado. Seu cálculo é variável: pode seguir um percentual do frete, da nota, valor fixo ou por peso, a depender de negociação.
Agendamento
Quando se estabelece um horário de entrega, com um valor fixo.
Impostos
Geralmente, os impostos são calculados separadamente e somados ao total do frete, pois dependem do percurso. As alíquotas de ICMS dependem da origem, destino, tipo de mercadoria, tipo de transporte, incidência ou não do imposto e várias outras regras fiscais
Como pode se perceber, chegar ao valor do frete é uma equação complexa e que depende de inúmeros fatores. Porém, ter sucesso nesta tarefa vai colocar a empresa em destaque, reduzindo custos, otimizando os recursos e a força de trabalho, fidelizando o consumidor.