Rodoviário, ferroviário, aquaviário, aeroviário e dutoviário: conheça os modelos, suas vantagens, desvantagens e quanto representam no transporte brasileiro
Em artigo recente do blog, trouxemos alguns dos principais conceitos relacionados à logística. Entre eles, os modais de transporte: tratam-se dos meios de transporte definidos para fazer a logística de tirar produtos de um lugar para o outro acontecer.
É preciso ressaltar, porém, que parte da definição das empresas pelo uso de um ou outro modal depende da infraestrutura já existente em um país. Afinal de contas, uma organização não vai construir uma ferrovia para fazer com que os seus produtos sejam distribuídos de forma mais barata. Por isso, o uso dos modais está relacionado à estrutura e aos investimentos feitos para melhorar a logística.
É importante considerar todas as possibilidades no momento de fazer um planejamento para a gestão de frete por parte dos operadores logísticos – confira a sua diferença para os embarcadores. Basicamente, são cinco possibilidades de modais de transporte, conforme vamos demonstrar abaixo.
Garanta a eficiência do transporte de mercadorias com o NDD Frete, uma solução sob medida para o seu negócio.
1 – Rodoviário
O transporte rodoviário consiste na distribuição de cargas pelas estradas. No Brasil, trata-se do principal modal utilizado: de tudo que é produzido no país, cerca de 60% é distribuído pelas estradas, via caminhões. Os dados são da Confederação Nacional dos Transportes (CNT).
Um dos problemas, porém, é a qualidade das rodovias brasileiras. Conforme o Anuário desenvolvido pela CNT, 61,9% das rodovias do país, em 2020, apresentavam falhas de conservação. Entre os problemas mais comuns estão 52,2% de imperfeições do pavimento, 58,9% de deficiência na sinalização e 62,1% com falhas na geometria.
Pontos fortes – Praticidade, flexibilidade e contratação simples.
Pontos fracos – Demora (em fretes mais distantes), baixa capacidade de carga e alto custo.
2 – Ferroviário
O modal ferroviário é aquele que faz transporte via trens. Em 2020, conforme a CNT, foram transportadas 489,3 milhões de toneladas pelos trilhos, o que representa aproximadamente 20% do que é distribuído no país, segundo dados da Associação Nacional dos Transportadores Ferroviários (ANTF).
Estima-se que o Brasil tenha cerca de 31 mil quilômetros de ferrovias – a título de comparação, as rodovias somam 1,7 milhão de quilômetros. Países como os Estados Unidos, por exemplo, somam quase 300 mil quilômetros de ferrovias. Ou seja, o modal só não é mais usado devido à falta de infraestrutura.
Pontos fortes – Custo baixo, grande capacidade de cargas e menor risco de acidentes.
Pontos fracos – Pouca flexibilidade (necessidade de um segundo modal para concluir as rotas), falta de infraestrutura e incompatibilidade de trilhos.
3 – Aquaviário
Esse modal permite que se use rios, lagos e oceanos para fazer o transporte de cargas, seja em rotas curtas ou longas. Aproximadamente 11% do que é produzido no Brasil é distribuído pelas águas. Essa modalidade depende dos portos e costuma ser feita em contêineres, o que simplifica o transporte de materiais em diferentes estados (líquidos, sólidos ou gasosos).
Pontos fortes – Grande capacidade de transporte, custo baixo, baixo impacto e serve para longas e curtas distâncias.
Pontos fracos – Aumento de burocracia, lentidão na entrega, falta de estrutura e pouca flexibilidade (necessidade de um segundo modal para concluir as rotas).
4 – Aéreo
O transporte aéreo costuma se relacionar mais às pessoas do que às cargas. É, porém, um mecanismo usado por muitas companhias, especialmente em situações que demandam urgência e/ou segurança. Ao contrário de trens e barcos, o volume da carga precisa ser baixo, o que faz com que seu custo seja mais elevado do que os demais.
De acordo com dados da Infraero Cargo, foram transportadas quase 60 mil toneladas ao longo de 2021 – o que representa aproximadamente 2% do total que circula no país. No período pré-pandemia, quase 80 mil toneladas foram distribuídas em 2019.
Pontos fortes – Segurança e agilidade, especialmente em longas distâncias.
Pontos fracos – Baixa capacidade de carga, dependência de um segundo modal e alto custo.
5 – Dutoviário
Embora seja menos conhecido do que o transporte aéreo, os dutos têm um uso superior ao dos aviões para o transporte de cargas no Brasil – próximo a 4% do total. Independentemente de os dutos serem subterrâneos, submarinos ou visíveis, trata-se de uma modalidade muito efetiva para garantir a circulação de produtos líquidos ou gasosos com menos riscos.
Assim como nas ferrovias, uma de suas barreiras para uso está na falta de infraestrutura: no entanto, os dutos costumam compensar o investimento, já que sua operação tende a ter baixos custos.
Pontos fortes – Baixo custo de operação, excelente para longas distâncias e funcionamento constante.
Pontos fracos – Elevado investimento inicial, baixa flexibilidade, risco de acidentes (com potenciais danos ao meio ambiente).