Segmento optou pela especialização nos últimos anos, fazendo com que o embarcador contrate um operador logístico para o manuseio e entrega de produtos
No último artigo, apresentamos alguns conceitos mais amplos sobre logística, entre eles modais de transporte e supply chain. Mas há, ainda, algumas confusões a respeito de dois termos: embarcador e operador logístico. Isso se deve principalmente à profissionalização do segmento, o que fez com que muitas empresas terceirizassem os serviços de transporte.
Conforme explicamos no artigo referente ao Código Identificador da Operação de Transportes (CIOT), é preciso ficar atento às orientações e regras estabelecidas pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT). A entidade regula, supervisiona e fiscaliza atividades relacionadas aos serviços de transporte em todo o país.
Em 2007, foi sancionada a lei 11.442, que dispõe sobre o transporte rodoviário de cargas por conta de terceiros e mediante remuneração. Posteriormente, a instituição foi instituindo novas regras e exigências via Resoluções, como cadastro, formas de remuneração, entre outros pontos sensíveis.
Percebe-se que a própria legislação não só estabelece como criou um documento, o CIOT, que visa assegurar que transportadores autônomos, empresas e cooperativas do segmento tenham tranquilidade para executar o seu trabalho. Além disso, o documento também simplifica a fiscalização, já que as informações referentes ao frete estão evidenciadas e de fácil conferência.
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Embarcador, operador logístico e transportador
Nos últimos anos, o segmento de logística passou a se concentrar em inúmeros aspectos, como a gestão eficiente de supply chain, optando pela terceirização do transporte propriamente dito.
Pode parecer incoerente, mas se tornou uma praxe do setor: empresas de logística que não dispõem de frota própria contratam operadores logísticos para realizar este trabalho. Um dos motivos por trás são as exigências fiscais, que tomam muito tempo e dificultam a vida das corporações – como o DT-e.
Dentro desse contexto, criam-se as figuras do embarcador e do operador logístico. O embarcador é o dono das mercadorias que precisam ser deslocadas de um ponto para outro e contrata uma empresa ou profissional responsável por essa tarefa, o operador logístico.
Enquanto o transportador apenas responde por levar produtos da origem para o destino, o operador logístico é uma figura mais especializada. Além do transporte propriamente dito, ele gerencia armazenagem, separação, manuseio e embalagem. Na maior parte dos casos, os transportadores são contratados pelos operadores logísticos.
Em um mundo cada vez mais segmentado, as companhias optam por terceirizar os seus serviços para empresas especialistas em uma tarefa. Portanto, essas organizações assumem a responsabilidade – mediante contrato – de levar itens do embarcador para o cliente final, tornando-se um elo fundamental na satisfação do cliente até a chegada do produto e no cumprimento de exigências legais.
Com uma empresa ou profissional externo, torna-se mais simples de fazer cobranças, estipular metas e garantir a satisfação dos clientes, sem realizar investimentos em veículos, tecnologias e sistemas. Os operadores de logística aportam recursos em soluções, como o planejamento de rotas e a gestão de fretes, de modo a tirarem o melhor dos seus veículos e responderem pelas obrigações fiscais.
Uma importância estratégica
De forma simples, é possível afirmar que o embarcador responde pela gestão de estoque. Seu papel é fazer com que esses itens sejam entregues ao operador logístico, na quantidade, qualidade e prazo estipulado. Dali em diante, é o transportador quem vai estabelecer a rota, qual a frota mais adequada e garantir que o cliente (seja o consumidor final ou um varejo) recebam os itens.
De certo modo, a atuação do embarcador e do operador logístico é interdependente e muito estratégica, em especial para o embarcador. O cliente final espera receber a mercadoria no prazo estipulado, independentemente de quem será o responsável pela logística.
Embora a prática do mercado seja a terceirização, é comum a existência de parcerias entre empresas para se certificar de que os produtos foram entregues e os seus detalhes. O uso de localizadores nos veículos associado à atualização dos sistemas com as informações de entregas em tempo real resulta em um aumento da qualidade de dados e na capacidade de fazer análises sobre o serviço e seus resultados.